Certo dia, dois homens que se encontraram no caminho, iam juntos para Salamis, a cidade das colunas. A meio da tarde chegaram a um rio muito largo, sem haver ponte para o atravessar. Tinham que ir a nado, ou então buscar outro caminho, que nenhum deles conhecia. — Nademos — disseram. Além disso, o rio […]
Lida a carta, deve fazer-se um rápido e instintivo esboço mental do sentido do seu conteúdo. O comerciante tem pressa? Lê depois, quando tiver vagar. Nunca tem vagar? Se não tem vagar para trabalhar, o que é que lhe tira o vagar? Fernando Pessoa
Há mais marés
Há mais marés que marinheiros.
O vinho muito velho
Era uma vez um homem rico que estava muito orgulhoso da sua adega e dos vinhos que ali guardava. Tinha uma vasilha de antiga colheita, reservada para alguma ocasião que só ele sabia qual era. O governador do estado foi visitá-lo. O homem pôs-se a pensar e disse: — Esta vasilha não se abrirá para […]
A fama de ser atencioso e cortês vale mais que uma estampilha. É uma publicidade barata. Fernando Pessoa
Vozes de burro
Vozes de burro não chegam ao céu.
Ou a carta não tem resposta e não se lhe responde, ou tem resposta e se lhe responde logo, ou não pode ter resposta logo e então escreve-se dizendo isso. Fernando Pessoa
Raposa que tarda
Raposa que tarda, caça aguarda.
As romãs
Era uma vez um homem que tinha muitas romãzeiras no seu horto. E, durante muitos anos, quando chegava o outono, colocava as romãs sobre bandejas de prata, diante da casa, e sobre as bandejas punha letreiros escritos pelo seu próprio punho:— Seja bem-vindo e sirva-se, de graça. Mas a gente passava sem ninguém tocar na […]
Um comerciante não é mais que um servidor do público, ou de um público, e recebe uma paga, a que chama o seu “lucro”, pela prestação desse serviço. Ora, toda a gente que serve, deve agradar a quem serve. Para isso é preciso estudar a quem se serve – mas estudá-lo sem preconceitos nem antecipações […]